Febre Oropouche - Ministério da Saúde Investiga Mortes

Ministério da Saúde Investiga possivelmente as Primeiras Mortes por Febre Oropouche no Mundo

Imagem: Reprodução Internet - Mosquito Maruim ou Polvora

Casos Suspeitos na Bahia, Santa Catarina e Maranhão

O Ministério da Saúde está investigando quatro óbitos de brasileiros, possivelmente causados pela febre oropouche, uma enfermidade transmitida por mosquitos maruins. Se confirmadas, estas mortes seriam as primeiras registradas oficialmente no mundo devido à doença. As informações foram fornecidas pelo jornalista Carlos Madeiro, do UOL. Entre os casos investigados estão duas jovens da Bahia, com idades de 21 e 24 anos, que não apresentavam comorbidades. Um estudo da Secretaria da Saúde da Bahia alerta para a rápida evolução e alta gravidade da condição.

Processo de Investigação do Ministério da Saúde

Apesar de o estado da Bahia assegurar que as mortes foram causadas pela febre oropouche, o Ministério da Saúde enfatiza que ainda está em curso um processo investigativo. Adicionalmente, duas outras mortes em Santa Catarina e no Maranhão estão sendo analisadas. Segundo o ministério, "é necessária uma avaliação criteriosa dos aspectos clínico-epidemiológicos, considerando o histórico médico do paciente e a realização de exames laboratoriais específicos".

Gravidade da Febre Oropouche

O estudo baiano destaca a rápida progressão da febre oropouche em indivíduos previamente saudáveis. As duas jovens falecidas residiam em áreas de surto no litoral sul da Bahia. Ambas eram jovens, sem doenças crônicas ou comorbidades. A pesquisa revela que a febre oropouche possui um período médio de incubação de 4 a 8 dias, com pico de carga viral nos primeiros quatro dias após o início dos sintomas.

Os cientistas relataram que uma coagulopatia grave, que envolve sangramento, provavelmente foi a causa das mortes, associada a um comprometimento severo do fígado das vítimas. Há indícios de que a infecção por oropouche pode levar a fenômenos hemorrágicos e hepáticos. Inicialmente, os casos apresentaram sintomas clássicos da doença, como febre e cefaleia. Exames laboratoriais confirmaram altas cargas virais de oropouche e descartaram outras doenças semelhantes, como dengue. Os pesquisadores enfatizam que a semelhança do quadro clínico com a dengue grave pode resultar em diagnósticos incorretos, dificultando o controle da doença.

Transmissão da Febre Oropouche

O vírus Orthobunyavirus oropoucheense (OROV) é o agente causador da febre oropouche. A transmissão ocorre principalmente através de mosquitos, com o Culicoides paraenses, popularmente conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, sendo o principal vetor, tanto em ambientes selvagens quanto urbanos. O inseto é pequeno e possui um voo errático. Após picar um humano ou animal infectado, o OROV permanece no sangue do inseto por alguns dias. Quando o mosquito pica uma pessoa saudável, pode transmiti-la a infecção.

Conforme o Ministério da Saúde, o vírus foi isolado pela primeira vez no Brasil em 1960, a partir de uma amostra de sangue de uma bicho-preguiça capturada durante a construção da rodovia Belém-Brasília. Desde então, casos isolados e surtos foram relatados, principalmente em áreas selvagens.

Sintomas e Diagnóstico

Os primeiros sintomas da febre oropouche incluem febre alta, cefaleia intensa, mialgia, artralgia e mal-estar geral. Esses sinais podem ser facilmente confundidos com outras doenças tropicais, como dengue, febre amarela e zika vírus, complicando o diagnóstico. Em casos graves, pode haver sintomas neurológicos, como meningite e encefalite, além de manifestações hemorrágicas e hepáticas, conforme observado nas mortes recentes sob investigação.

Mosquito Maruim : Reprodução Internet

Prevenção e Controle

Não existe uma vacina disponível para a febre oropouche, o que torna a prevenção focada principalmente no controle do vetor. Medidas como uso de repelentes, instalação de telas em portas e janelas, e eliminação de criadouros de mosquitos são essenciais. Campanhas de conscientização pública são cruciais para educar a população sobre os riscos e métodos de prevenção.

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Por: Redação tmadicas.com.br e www.acsace.com.br Fonte: Diário do Nordeste

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