Tubarões Contaminados com Cocaína são Encontrados no Rio de Janeiro
Descoberta Inédita em Tubarões de Nariz-Afiado
Pesquisadores brasileiros fizeram uma descoberta alarmante: a presença de cocaína e benzoilecgonina (metabólito da cocaína ou da folha de coca) em tubarões da espécie nariz-afiado (Rhizoprionodon lalandii) nas águas do Rio de Janeiro. Este estudo pioneiro, publicado na revista internacional Science of The Total Environment em julho de 2024, trouxe à tona um problema ambiental e de saúde pública desconhecido até então.
Metodologia do Estudo
O estudo foi conduzido por especialistas da Universidade Federal de Santa Catarina em colaboração com a Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Fundação Oswaldo Cruz. Foram analisados 13 tubarões capturados nos mares do Rio de Janeiro. A pesquisa investigou especificamente a presença de níveis de COC (cocaína) e BE (benzoilecgonina) nos tubarões de nariz-afiado brasileiros.
Resultados Alarmantes
Os resultados foram surpreendentes: 100% dos tubarões analisados testaram positivo para a presença de cocaína. Além disso, 92% dos tubarões testaram positivo para a presença de benzoilecgonina. As concentrações de cocaína encontradas nos músculos dos tubarões (23,0 μg kg−1) foram três vezes maiores em comparação às encontradas no fígado (7,0 μg kg−1).
Diferença entre Machos e Fêmeas
O estudo também analisou a diferença na presença da droga entre machos e fêmeas. Nas fêmeas, foram encontradas concentrações significativamente maiores de cocaína nos músculos (40,2 ± 35,8 μg kg−1) em comparação aos machos (12,4 ± 5,9 μg kg−1). Além disso, a análise revelou que o nível de benzoilecgonina é igual ao de cocaína em fêmeas não prenhes, apontando para uma relação entre a presença de benzoilecgonina e o peso dos tubarões.
Metabolização Sistêmica
A presença de cocaína está ligada à presença do metabólito benzoilecgonina em fêmeas, indicando que a metabolização sistêmica é mais eficaz entre as fêmeas.
Contaminação das Águas
A presença de cocaína nas águas indica uma contaminação ambiental que pode ser decorrente do despejo inadequado de resíduos humanos, incluindo esgoto e resíduos de drogas. Este fenômeno não só afeta os tubarões, mas também pode ter um impacto em outras espécies marinhas e, eventualmente, em humanos que consomem peixes e frutos do mar contaminados.
Postar um comentário