Bebê de Dois Meses Morre por Coqueluche em Minas Gerais

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Bebê de Dois Meses Morre por Coqueluche em MG na Cidade de Poços de Caldas

Casos de Coqueluche em Minas Gerais
Morte foi registrada em Poços de Caldas, no Sul de Minas/ Reprodução Freepik

A morte de um bebê de dois meses em Poços de Caldas, Minas Gerais, por coqueluche acendeu um alerta sobre o risco de surto da doença no Estado. Este é o segundo óbito registrado no Brasil em 2024, após um caso no Paraná. A coqueluche é uma doença respiratória altamente contagiosa, que afeta principalmente bebês e crianças pequenas, sendo prevenível por vacinação. No entanto, a falta de vacinas em postos de saúde, aliada à baixa cobertura vacinal, já está refletindo em um aumento significativo de casos.

Aumento dos Casos de Coqueluche em Minas Gerais

Desde o início de 2024, Minas Gerais registrou um salto alarmante no número de casos confirmados de coqueluche, passando de 14 casos em 2023 para 121 apenas nos primeiros meses deste ano. Esse aumento expressivo é um indicativo de que a queda na cobertura vacinal contra a doença está provocando consequências graves, como o recente óbito.

De acordo com o Ministério da Saúde, até o final de julho de 2024, foram registrados 608 casos de coqueluche em todo o Brasil, mais do que o dobro dos 216 diagnosticados no ano anterior. Essa escalada preocupa as autoridades de saúde, que enfrentam dificuldades tanto no diagnóstico quanto na oferta de vacinas.

Falta de Vacinas nos Postos de Saúde

A vacina tríplice bacteriana (DTP), responsável por imunizar contra difteria, tétano e coqueluche, está em falta em Minas Gerais, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). Além disso, a vacina pentavalente, que oferece proteção adicional contra o Haemophilus influenzae tipo b e hepatite B, também enfrenta problemas de estoque, com apenas 202.283 doses disponíveis no Estado.

A ausência dessas vacinas é particularmente preocupante porque a vacinação é a principal arma para combater a coqueluche. A queda na cobertura vacinal, que deveria atingir 95% da população, atualmente está em 83,50% para a pentavalente e 83,73% para a tríplice bacteriana. Essa redução é vista como a principal causa do recente aumento de casos e mortes.

Dificuldade no Diagnóstico e Subnotificação

Um dos maiores desafios no controle da coqueluche é a dificuldade no diagnóstico. A doença pode se apresentar de forma similar a outras enfermidades respiratórias, como a pneumonia, ou ser assintomática em adultos, que acabam transmitindo o vírus sem saber. O infectologista Leandro Curi alerta que essa dificuldade diagnóstica pode estar contribuindo para uma subnotificação de casos, escondendo um cenário epidemiológico ainda mais grave.

O período de inverno, associado ao clima seco, é particularmente propício para a propagação da coqueluche, aumentando o risco de surto. De acordo com Curi, é possível que haja muito mais casos de coqueluche do que os dados oficiais indicam, o que torna a situação ainda mais alarmante.

Transmissão e Sintomas da Coqueluche

A coqueluche é uma doença altamente transmissível, sendo propagada por meio de gotículas de saliva liberadas ao tossir, espirrar ou falar, similar à Covid-19. Embora qualquer pessoa possa contrair a doença, bebês e crianças pequenas são os mais vulneráveis a complicações graves.

A doença se manifesta em três fases principais:

  1. Fase Catarral (1 a 2 semanas): Tosse leve, febre baixa, coriza.
  2. Fase Paroxística (2 a 6 semanas): Tosse intensa e prolongada, muitas vezes seguida de vômitos, e sons de guincho característicos.
  3. Fase de Convalescença (semanas a meses): Redução gradual dos sintomas.

Se não for diagnosticada e tratada rapidamente, a coqueluche pode evoluir para complicações graves, como pneumonia, convulsões e, em casos mais severos, morte.

Vacinação: A Principal Arma Contra a Coqueluche

A vacinação é essencial para a prevenção da coqueluche, especialmente em bebês, que são os mais afetados pela doença. O esquema vacinal recomendado pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) inclui três doses da vacina pentavalente (aos 2, 4 e 6 meses de idade), seguidas por reforços aos 15 meses e aos 4 anos com a vacina tríplice bacteriana.

Além disso, gestantes devem receber a vacina DTpa a partir da 20ª semana de gestação, para proteger os bebês recém-nascidos. Caso a gestante não seja vacinada durante a gravidez, ela pode receber a dose no período pós-parto, até 45 dias após o nascimento.

A falta de vacinas e a redução da cobertura vacinal são fatores preocupantes, que colocam a saúde de milhares de bebês e crianças em risco. A vacinação, aliada à detecção precoce da doença, é a chave para controlar e, eventualmente, erradicar a coqueluche.

O Risco de Surto em Minas Gerais

Com o aumento de casos de coqueluche, tanto em Minas Gerais quanto em outras partes do mundo, as autoridades de saúde estão em alerta para o risco de um surto no Brasil. A União Europeia registrou mais de 32.000 casos de coqueluche nos primeiros meses de 2024, e países como a China e a Bolívia também enfrentam um aumento preocupante nos números de casos.

No Brasil, o último grande surto de coqueluche ocorreu em 2014, quando foram confirmados 8.614 casos. Desde então, o país experimentou uma redução no número de casos até 2019, mas, nos últimos anos, a tendência de queda nas coberturas vacinais, combinada com a pandemia de Covid-19, abriu espaço para o retorno de doenças preveníveis por vacinação, como a coqueluche.


Por: Redação www.tmadicas.com.br Fonte: O Tempo

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