Fortes Chuvas em Minas Gerais Destroem 9 Pontes em Dom Silvério
Dom Silvério, uma pequena cidade no estado de Minas Gerais, viveu uma das piores enchentes de sua história após fortes chuvas que atingiram a região entre a tarde de terça-feira (7) e a madrugada de quarta-feira (8). O prefeito José Bráulio Aleixo classificou o desastre como a pior enchente dos últimos quatro anos, causando estragos significativos na cidade de 5.196 habitantes.
A Enchente e Seus Impactos
O prefeito de Dom Silvério, José Bráulio Aleixo, relatou à Agência Brasil:
“Durante minha primeira gestão - 2021/2024 - enfrentamos três enchentes. Esta, contudo, foi a pior de todas”.
A microrregião do Vale do Piranga, na Zona da Mata, sudeste de Minas Gerais, foi uma das mais afetadas pelas chuvas intensas. Segundo Bráulio, apesar da forte precipitação em todo o estado, Dom Silvério foi a cidade que mais sofreu os impactos dessa tempestade.
Na terça-feira (7), em apenas 20 minutos, o município recebeu cerca de 150 mm de chuva. Para se ter uma ideia da magnitude, o volume esperado para o mês de janeiro era de 220 mm, ou seja, a cidade recebeu quase 70% do esperado em apenas uma fração de tempo.
Prejuízos e Perdas Humanas
A chuva forte causou o transbordamento de um córrego que atravessa a cidade, resultando em grandes prejuízos à infraestrutura pública e aos bens particulares. O balanço preliminar da Defesa Civil aponta que até o momento:
- 105 desalojados, ou seja, pessoas que precisaram buscar abrigo temporário com familiares ou em pousadas e hotéis.
- 15 desabrigados, ou seja, pessoas que ficaram sem moradia e precisaram ser levadas para abrigos públicos ou entidades sociais.
O prefeito também destacou as grandes perdas materiais enfrentadas pela população:
“Há famílias que perderam tudo que tinham em suas casas. Roupas, camas, televisões, utensílios domésticos… Essas foram as maiores perdas”.
Embora não tenha ocorrido nenhuma morte até o momento, o desastre causou a morte de 12 animais domésticos, além de ter atingido 200 imóveis residenciais e comerciais. Alguns bairros da cidade também enfrentaram interrupção de energia elétrica e abastecimento de água devido aos danos causados pelas chuvas e pelos deslizamentos de terra.
Destruição de 9 Pontes e Medidas de Recuperação
A infraestrutura de transporte foi severamente danificada pela enchente. Bráulio informou que a cidade perdeu ao menos nove pontes, tanto de concreto quanto de madeira. Dentre as pontes destruídas, duas estão na área urbana. O prefeito também mencionou que ainda está sendo avaliada a condição de uma terceira ponte.
“Perdemos ao menos nove pontes, tanto de concreto, quanto de madeira. Duas delas ficam na área urbana. E ainda estamos avaliando se uma terceira está condenada”, disse Bráulio.
Além da destruição das pontes, o prefeito enfatizou o trabalho de recuperação da cidade:
“Fizemos uma força-tarefa com mais de 200 homens, sete caminhões-pipas, outros quatro ou cinco caminhões menores, maquinário. E, junto com a população, conseguiremos terminar a limpeza ainda esta tarde”.
Situação de Emergência e Busca por Recursos
Dada a gravidade da situação, a Prefeitura de Dom Silvério decretou situação de emergência, permitindo a mobilização de recursos e a solicitação de apoio das autoridades estaduais e federais. A medida visa agilizar a resposta às necessidades emergenciais e a recuperação da cidade afetada.
Bráulio afirmou que a cidade está buscando relatórios detalhados para acessar os recursos federais e estaduais e garantir o auxílio necessário para a reconstrução da cidade:
“Precisamos elaborar um relatório preciso da situação para acessar recursos federais e estaduais e pleitear emendas parlamentares. Já estamos fazendo este levantamento e em contato com todos que podem nos ajudar”, declarou.
Além disso, a cidade está sendo cadastrada para acessar os recursos via Defesa Civil, emendas parlamentares e o governo federal.
O Impacto das Chuvas em Minas Gerais
As fortes chuvas que atingiram Dom Silvério não são um evento isolado. Em Minas Gerais, o período das chuvas, que começou em setembro de 2024, já causou doze mortes e afetou severamente várias cidades, desalojando 1.385 pessoas e deixando 198 desabrigadas. Ao longo deste período, 46 municípios do estado decretaram situação de anormalidade, incluindo emergência e calamidade pública.
As chuvas intensas de setembro a janeiro afetaram diversas cidades, com destaque para os falecimentos registrados em cidades como Ipanema (3 mortes), Raul Soares (2 mortes) e outras localidades de Minas Gerais, como Uberlândia, Maripá de Minas, Nepomuceno e Alterosa.
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