Dengue: Sorotipo 3 Retorna ao Brasil e Preocupa Autoridades Sanitárias
O sorotipo 3 da dengue, que não circulava de forma predominante no Brasil desde 2008, voltou a ser identificado em diversas regiões do país, gerando grande preocupação entre as autoridades sanitárias. O aumento desse sorotipo foi registrado principalmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Amapá e Paraná, nas últimas quatro semanas de dezembro de 2024.
A Preocupação com o Retorno do Sorotipo 3
O retorno do sorotipo 3 da dengue traz desafios significativos, pois a maioria da população brasileira não foi exposta a esse tipo de vírus nas últimas duas décadas, tornando as pessoas mais susceptíveis à infecção. Durante uma coletiva de imprensa no dia 9 de janeiro, a secretária de Vigilância em Saúde, Ethel Maciel, alertou:
"O sorotipo 3 não circula no Brasil desde 2008. Temos 17 anos sem esse sorotipo circulando em maior quantidade. Então, temos muitas pessoas suscetíveis, que não entraram em contato com esse sorotipo e podem ter a doença."
Ela também destacou a criação do Centro de Operações de Emergência (COE) para monitorar a circulação do vírus e implementar ações de controle.
Incidência e Expectativas para 2025
Com base em dados de 2023 e 2024, o Ministério da Saúde projeta que, em 2025, o aumento dos casos de dengue será mais expressivo em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Tocantins, Mato Grosso do Sul e Paraná. A alta incidência desses estados é esperada devido a uma combinação de fatores climáticos e ambientais, incluindo o fenômeno El Niño e a seca, que intensificam as condições propícias para a proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Ethel Maciel explicou:
"A gente continua com o efeito do El Niño e, portanto, com altas temperaturas e com esses extremos de temperatura. Também temos o problema da seca, que faz com que as pessoas armazenem água, muitas vezes, em locais inadequados. E isso também faz com que a proliferação de mosquitos possa acontecer."
Ela acrescentou que o aumento do sorotipo 3 não foi incluído nas projeções, o que torna o monitoramento ainda mais crítico.
Situação Atual das Arboviroses no Brasil
Zika
O Zika também continua a ser uma preocupação. Nas últimas quatro semanas de 2024, o Brasil registrou 82% dos casos prováveis de Zika nos estados do Espírito Santo, Tocantins e Acre.
Chikungunya
Em relação ao Chikungunya, 3.563 casos prováveis foram identificados nas últimas semanas de 2024. A maioria dos casos foi registrada em São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Espírito Santo e Mato Grosso do Sul. Esses estados, que já estão enfrentando surtos de dengue, também lidam com o aumento de outros vírus transmitidos pelo Aedes.
Oropouche
Além disso, a febre do Oropouche tem apresentado um aumento significativo no estado do Espírito Santo, com 90% dos casos registrados nesse estado. O Ministério da Saúde tem mobilizado equipes para investigar e controlar a doença, que também se espalhou para estados como Rio Grande do Norte, Goiás, Distrito Federal, Paraná e Rio Grande do Sul.
Projeções e Desafios para 2025
A presença de sorotipo 3 da dengue, somada ao impacto das condições climáticas, faz com que o cenário epidemiológico de 2025 seja ainda mais desafiador para as autoridades de saúde. A vigilância intensificada, o controle do mosquito transmissor e a conscientização da população são ações essenciais para combater a propagação dessas arboviroses no país.
Com o aumento da circulação de diversos vírus, o monitoramento constante e a rápida resposta às epidemias são prioridades para evitar uma nova crise de saúde pública no Brasil.
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