Mortes por policiais em Minas Gerais aumentam 47% em um ano
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Foto: Flavio Tavares / O TEMPO |
Um relatório do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) revelou que as mortes provocadas por policiais no estado cresceram 47% em 2024, comparado ao ano anterior. Em 2023, foram registradas 133 mortes, enquanto em 2024, o número subiu para 195.
Crescimento alarmante na letalidade policial
Os dados mostram que a letalidade policial em Minas Gerais cresceu 65,2% desde 2018, quando foram registradas 118 mortes. A maioria das ocorrências envolve policiais militares, com idade entre 30 e 39 anos, sendo em sua maioria cabos, terceiros-sargentos e soldados.
O MPMG alerta que o uso excessivo da força pode representar uma violação dos direitos humanos, exigindo apuração rigorosa para garantir a legalidade das ações policiais.
Uso de câmeras e controle externo como solução
O relatório sugere medidas para reduzir a letalidade policial, incluindo:
- Uso de câmeras corporais, para monitorar abordagens e evitar abusos;
- Fortalecimento do controle externo da atividade policial;
- Sistemas de alerta para identificar policiais com histórico de condutas violentas e encaminhá-los para treinamentos ou afastamento.
Violência e tráfico impulsionam estatísticas
O estudo aponta que 30,1% das mortes ocorreram em operações relacionadas ao tráfico de drogas. Além disso, roubos (20,5%) e furtos (18,1%) também aparecem entre os principais fatores que motivaram as ações letais.
Belo Horizonte lidera o ranking com 15,1% dos casos, seguida por Contagem (7,8%) e Teófilo Otoni (6,6%). No total, 51,2% das ocorrências aconteceram no interior do estado.
Abordagens violentas geram medo na população
Casos de uso excessivo da força têm gerado preocupações entre os cidadãos. Em Juiz de Fora, durante o Carnaval de 2025, foliões relataram agressões policiais durante uma operação. "É uma tristeza ter medo da polícia", desabafou uma testemunha.
O crescimento da violência e o aumento das mortes em ações policiais reacendem o debate sobre segurança pública e a necessidade de maior fiscalização nas operações.
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