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Minas Gerais retoma produção de soros antipeçonhentos essenciais para o Brasil
O Governo de Minas Gerais anunciou a reinauguração da fábrica de produção de soros hiperimunes da Fundação Ezequiel Dias (Funed), marcando um momento significativo no combate aos efeitos do envenenamento por animais peçonhentos em todo o Brasil. O evento, realizado nesta terça-feira (25/03), contou com a presença do governador Romeu Zema e do vice-governador Mateus Simões, que destacaram a importância dessa retomada para a saúde pública.
Investimentos e reestruturação da fábrica
A Funed, que já desempenhou papel central na produção de soros no país, passou por uma reestruturação completa para garantir a retomada da produção. O investimento de R$ 9,2 milhões foi destinado à qualificação das salas de produção, à calibração de equipamentos, à modernização do sistema de ar e à readequação da infraestrutura da unidade fabril. Além disso, o Governo de Minas autorizou um investimento anual de R$ 5 milhões em capital humano especializado, incluindo a contratação de 18 engenheiros altamente qualificados.
Declarações dos governantes
O governador Romeu Zema destacou a relevância da retomada da produção:
"É um momento importantíssimo para Minas Gerais. Hoje estamos retomando a produção de soros que vai abastecer o Brasil e toda a América Latina. É uma vitória para todos nós. Com esse soro, vamos conseguir salvar muitas vidas", afirmou Zema.
O vice-governador Mateus Simões complementou:
"A Funed passou por uma reestruturação completa para tornar essa retomada possível. Isso nos permite garantir o fornecimento dos medicamentos necessários para cada um dos mineiros", ressaltou Simões.
Histórico da Funed e papel na saúde pública
Fundada em 1907, a Fundação Ezequiel Dias tem um histórico de referência na pesquisa e produção de imunobiológicos no Brasil. Em 1918, iniciou a extração de veneno de serpentes em parceria com o Instituto Butantan e o Instituto Vital Brazil. Desde a década de 1930, a Funed começou a produzir seus próprios soros antipeçonhentos, incluindo os antiofídicos e antiescorpiônicos.
Após a interrupção da produção em 2016, para adequação às Normas de Boas Práticas de Fabricação, o trabalho de reestruturação foi iniciado em 2023 e culminou na retomada da produção com a autorização da Anvisa no final de 2024. O secretário de Estado da Saúde, Fábio Baccheretti, enfatizou a decisão do Governo:
"Essa foi uma decisão tomada pelo Governo de Minas, sem a qual não haveria outro lugar, além do Butantan, que produzisse. Fizemos isso para salvar as vidas dos mineiros e dos brasileiros", declarou Baccheretti.
Produção e distribuição de soros
A Funed possui o registro para a produção de oito tipos de soros, entre eles os antipeçonhentos (antiofídicos e antiescorpiônicos), antitóxicos (como o antitetânico) e antivirais (como o antirrábico). A previsão é que, em 2025, a Funed inicie a produção de novos soros, como o antibotrópico (pentavalente) e o anticrotálico (cascáveis), além de antiescorpiônicos.
A distribuição dos soros será realizada por meio do Ministério da Saúde, que fará o envio dos produtos para armazenamento em Guarulhos (SP) e posterior distribuição aos estados e municípios. A qualidade dos soros será rigorosamente controlada antes de chegar ao Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo a segurança e eficácia para os pacientes.
Capacidade de produção e impacto
A Fábrica de Produção de Soros Hiperimunes da Funed tem capacidade para produzir 150 mil ampolas anuais, com previsão de aumento para 160 mil a 200 mil ampolas até agosto de 2025. Esse aumento poderá contribuir com 40% da demanda de soros antipeçonhentos em todo o Brasil, assegurando autossuficiência no país e proteção para a população contra os efeitos de envenenamento.
O presidente da Funed, Felipe Attiê, reforçou o impacto da retomada da produção:
"Após entregarmos essas ampolas em agosto, poderemos produzir anualmente entre 160 mil e 200 mil, contribuindo para quase 40% desses soros no Brasil", afirmou Attiê.
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